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Quarta-feira, 10 de Setembro de 2025

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Saiba quem era Miguel Uribe, promessa da direita colombiana vítima de violência política

O pré-candidato à presidência da Colômbia foi baleado em 7 de junho enquanto discursava em um evento de rua em Bogotá, e, desde então, estava internado na UTI

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Órfão de mãe por culpa do chefão do narcotráfico Pablo Escobar, neto de um ex-presidente e nome ascendente na direita, o senador e presidenciável Miguel Uribe Turbay, falecido aos 39 anos após sofrer um atentado, é a vítima mais recente da violência política na Colômbia. Membro do Centro Democrático, principal partido de direita da Colômbia, Miguel Uribe levou dois tiros na cabeça em 7 de junho, enquanto discursava para ativistas em um bairro operário de Bogotá.

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Momentos antes do ataque, ele lembrou de sua mãe em um discurso e se falou como uma pessoa que sofreu violência na “própria pele”. Uribe tinha apenas quatro anos em 25 de janeiro de 1991, quando sua mãe morreu, durante uma operação policial fracassada que tentou libertar o cartel de Medellín, então chefiado pelo barão da cocaína Pablo Escobar.

Meses antes, Diana Turbay, diretora de um dos telejornais mais assistidos na época, devia fazer uma entrevista exclusiva com um líder guerrilheiro. Mas se tratou de uma armadilha de Pablo Escobar para sequestrá-la junto com outros colegas como forma de evitar a extradição de narcotraficantes colombianos para os Estados Unidos.

“Miguelito” 

O sequestro de Diana Turbay é relatado no romance “Notícia de um sequestro” (1997) do escritor colombiano Gabriel García Márquez, ganhador do prêmio Nobel de Literatura. No livro, “Gabo” cita trechos do diário do jornalista no cativeiro. Em suas páginas, ela contava que se preocupava muito que “Miguelito” fosse retraído e não tivesse sido batizado.

A espera angustiante da família entre o sequestro e a morte de Diana durou cinco meses. Uribe Turbay e sua irmã mais velha, María Carolina, cresceram em uma família proeminente, netos do ex-presidente Julio César Turbay (1978-1982). Ele estudou em um dos melhores colégios de Bogotá, formou um advogado e concluiu um mestrado na Universidade de Harvard.

Geração marcada pela violência 

Quando foi candidato à Prefeitura de Bogotá, em 2019, suas bandeiras eram a segurança e a luta contra o consumo de drogas. Ele foi secretário municipal e vereador. Usava óculos e sempre aparecia penteado impecavelmente. Enquanto lutava pela vida na clínica onde esteve internado, pessoas próximas compartilharam nas redes sociais vídeos nos quais aparecia tocando violão e acordeon.

Em um deles, Turbay aparece cantando com um amigo a música “Mi Generación”, do cantor e compositor colombiano Andrés Cepeda, que conta o histórico de crianças marcadas pela violência do narcotráfico. Líder do Centro Democrático, o ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010) o considerava uma “esperança da Pátria”. Era um “grande marido, pai, filho, irmão” e “colega de trabalho”, disse, após o atentado, o influente ex-presidente, que não tinha parentesco com o jovem dirigente, apesar de ambos compartilharem o mesmo sobrenome.

“Reconciliação” 

Não está claro porque atiraram nele. Até o momento, as autoridades colombianas capturaram seis pessoas envolvidas não atentado, inclusive o adolescente que fez os disparos, e apontou para membros de uma dissidência da extinção da guerrilha das Farc como possíveis autores intelectuais.

O senador foi considerado uma figura em ascensão do Centro Democrático e não haviam ameaças conhecidas contra ele. Durante sua hospitalização, Uribe Turbay deu sinais de melhora e, em meados de julho, iniciou uma etapa de neurorreabilitação, mas sofreu uma recuperação devido a uma nova hemorragia cerebral e morreu quase com a mesma idade da mãe.

Ele deixa um filho pequeno e três adolescentes enteadas, filhas de sua esposa, María Claudia Tarazona, que as acolheu como suas. “Descanse em paz, amor da minha vida, eu cuidarei dos nossos filhos”, escreveu Tarazona em sua conta no Instagram na madrugada desta segunda-feira.

Sua morte revive os piores momentos da história conturbada da Colômbia. Nos tempos de Pablo Escobar, entre os anos 1980 e 1990, quatro candidatos à Presidência foram assassinados. E também abalou a corrida eleitoral de 2026, quando será escolhido o sucessor do presidente Gustavo Petro (esquerda).

Em uma entrevista à revista Bocas, Uribe Turbay garantiu ter perdoado os responsáveis pelo sequestro de sua mãe. “A reconciliação é a única que ajuda a gente a dar o passo e superar um momento tão difícil”, afirmou.

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